Projeto promove intercâmbio entre ceramistas da Mantiqueira e da Amazônia
A cidade de Cunha, na Serra do Mar paulista, será palco de um encontro histórico entre a cerâmica amazônica e a produção contemporânea do Vale do Paraíba. Durante o Festival da Cerâmica de Cunha, que acontece de 13 a 22 de junho, o projeto “Da Mantiqueira à Amazônia: Intercâmbio entre ceramistas de Cunha e Icoaraci” traz para o interior paulista os mestres Marivaldo Sena da Costa e a Família Sant’ana, diretamente de Icoaraci, distrito de Belém do Pará.
O intercâmbio acontecerá no Ateliê Cerâmica Cosmos, do ceramista local Matheus Burger, entre os dias 18 e 24 de junho, estendendo-se por dois dias após o encerramento oficial do festival. A iniciativa conta com exposição de obras, oficinas práticas, palestras e rodas de conversa, promovendo o encontro de diferentes tradições cerâmicas brasileiras.
Tradição amazônica em diálogo com Cunha
Com 41 anos de trajetória, Marivaldo Sena da Costa é um dos principais nomes da cerâmica arqueológica da Amazônia. Em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi, seu trabalho se baseia na recriação fiel de peças históricas das culturas Marajoara, Tapajônica, Maracá e Cunani, que serão exibidas no festival. No total, Marivaldo apresentará 35 peças em miniatura, que também estarão à venda após a mostra.
Durante sua passagem por Cunha, ele ministrará um workshop em dois módulos: no primeiro, os participantes modelarão uma estatueta marajoara; no segundo, mergulharão no grafismo tradicional amazônico.
“Todo ceramista do Brasil tem vontade de estar nesse importante festival. Comigo não é diferente”, afirma Marivaldo, que já teve obras expostas no MASP e em galerias de todo o país.
Família Sant’ana: cerâmica como elo entre gerações
Com mais de 150 anos de prática somados entre seus integrantes, a Cerâmica Família Sant’ana é referência na produção de peças utilitárias no torno, decoradas com grafismos inspirados em culturas ancestrais. Formada por cinco membros — Rosa, Guilherme, Marly, Maynara e Sebastian — a família mantém viva a herança de dona Fernanda, matriarca que deu início à tradição no maior polo ceramista da região Norte.
A participação da família no festival inclui a oficina “Modelando Amuletos com Solos Amazônicos” e uma aula especial no Instituto Cultural da Cerâmica de Cunha (ICCC). “Nossa cerâmica vem se consolidando como uma ponte entre o passado e o presente, criando um diálogo com a juventude e incentivando o público a explorar a cerâmica de forma sensível e experimental”, afirma Guilherme Sant’ana.
Projeto com apoio cultural
O projeto “Da Mantiqueira à Amazônia” é realizado com apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio do ProAC – Programa de Ação Cultural, dentro do edital Fomento CULTSP PNAB n° 17/2024, voltado ao fortalecimento de saberes e fazeres artesanais.
A coordenação é da Bacuri, iniciativa que surgiu a partir das pesquisas do produtor cultural Márcio Cardoso sobre o artesanato brasileiro. A gestão do projeto e da comunicação está a cargo de Stella Fernandes, também idealizadora e produtora cultural.
Festival celebra 50 anos de história
Em 2024, o Festival da Cerâmica de Cunha celebra os 50 anos do primeiro forno Noborigama da cidade, símbolo da tradição da cerâmica de alta temperatura no Brasil. A programação inclui exposições, workshops, palestras, abertura de fornos, demonstrações ao vivo e a já tradicional Feira da Cerâmica, de 19 a 22 de junho, com produtos de artistas de várias regiões do país.
Com apoio da Prefeitura de Cunha e do ICCC, o evento reforça o papel da cidade como referência nacional na arte cerâmica e agora amplia esse alcance com o intercâmbio inédito com mestres da Amazônia.
📍 A programação completa do festival está disponível no site oficial e no Instagram do evento.
Para mais informações:
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