Tecnologia 5G já tem data para chegar ao Brasil

SOLUÇÃO 5G NO BRASIL? SIM! E COM RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
 
Centro de pesquisa de Minas desenvolve modem 5G premiado em competição europeia
Santa Rita do Sapucaí, MG
 
Modem 5G em desenvolvimento no Brasil recebeu prêmio na Finlândia
“Os centros de pesquisa estão estudando as formas de atender os cenários de aplicação do 5G, as necessidades específicas para essa implementação e, assim, poder elaborar uma proposta de modelo de referência mundial”.
O público leigo pode achar estranho ouvir falar em 5G quando nem mesmo as outras gerações de comunicação móvel, como 4G e até o 3G, estão efetivamente implantadas. Mas o fato é que a nova geração de comunicação móvel já tem data para chegar. Em 2020, e foi determinada pela União Internacional das Telecomunicações – UIT, responsável também por definir o padrão desta nova rede que os países terão que seguir. Até este dia chegar, são as pesquisas científicas que vão apontar quais são os obstáculos a serem vencidos, as reais necessidades e as aplicações para o 5G.
 
E podemos dizer que o Brasil vive um momento histórico. Pela primeira vez, o país está caminhando junto com o mundo para o desenvolvimento de uma tecnologia que vai mudar tudo o que conhecemos até então de comunicação móvel. Exemplo disso é um modem que está sendo desenvolvido por uma Instituição de Ciência e Tecnologia no sul de Minas Gerais e que venceu, este mês, um prêmio internacional como a melhor solução em 5G.
 
O Inatel, em Santa Rita do Sapucaí, há quase três anos possui um Centro de Referência em Radiocomunicações, com cerca de 40 pesquisadores. Um dos focos do Centro é o 5G, com o desenvolvimento de soluções, formação e capacitação de profissionais. Cerca de 500 pessoas já passaram por cursos gratuitos de curta duração sobre 5G, além de publicação de mais de uma centena de artigos científicos, depósito de patentes e o desenvolvimento um modem 5G que, em breve, deve passar por testes de campo.
 
Um protótipo deste modem foi apresentado em uma competição na Finlândia, durante a Conferência Europeia sobre Redes e Comunicações, a EuCNC’2017, realizada entre os dias 12 e 15 de junho, e que reuniu pesquisadores do mundo todo. A competição foi promovida pelo projeto eWine, que tem como objetivo propor soluções flexíveis para atender as implementações em 5G.
 
O projeto, apresentado pelo coordenador de pesquisa do CRR, professor Dr. Luciano Leonel Mendes, competiu na fase final com outros seis projetos, todos de instituições europeias. O Inatel desenvolveu todas as funcionalidades do transceptor empregando linguagem descritiva de hardware e empregou a plataforma disponibilizada pela Universidade Tecnológica de Dresden (Alemanha), que integra o consórcio eWine, para a demonstração. “É uma versão do sistema de comunicação que está sendo desenvolvido pelo Inatel, utilizando uma modulação totalmente inovadora. Não existe outro modem MIMO-GFDM no mundo. Tudo o que estava dentro do modem foi desenvolvido pelo Inatel em parceria com a Universidade Tecnológica de Dresden”, afirmou Luciano.
 
O professor explica que o 5G poderá ser usado para atender várias demandas. Afinal, está enganado quem pensa que a questão é “apenas” a velocidade. Há outras necessidades, com nomes difíceis para leigos, como baixa latência, alta vazão, abrangência de cobertura, mas que influenciam diretamente a forma como nós consumimos a comunicação móvel, além de todas as “coisas” que ainda vão se conectar na chamada Internet of Things. “O que os vários centros de pesquisa estão estudando são as formas de atender a esses cenários, as necessidades específicas para essa implementação e, assim, poder elaborar uma proposta de modelo de referência mundial”, explica o pesquisador.
 
Por isso a importância de pesquisadores brasileiros estarem inseridos nessas discussões. Como a implantação dessas novas tecnologias serão realizadas em cada país depende de outros contextos e investimentos. Mas o Brasil estar presente nesta definição é importante até mesmo para atender necessidades específicas do país, com tantas diversidades geográficas e climáticas que interferem no acesso e na qualidade da comunicação.

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