Covid e cannabis medicinal: O que se pode dizer sobre?

Neurocirurgiã e fundadora da WeCann, Patrícia Montagner, esclarece questão

Recentes notícias veiculadas afirmam que compostos da cannabis podem impedir o contágio da Covid-19, com base em alguns artigos científicos divulgados. Um deles, realizado por pesquisadores da Oregon State University, traz que um par de derivados ácidos canabinoides foi capaz de se ligar à proteína spike e impedir que o coronavírus infectasse células humanas.

A neurocirurgiã e uma das principais especialistas brasileiras no tema, Patricia Montagner, que criou a WeCann Academy – única instituição da América Latina que realiza cursos exclusivamente voltados para médicos -, ressalta que ao divulgar a notícia, algumas questões precisam ser esclarecidas. “O que se tem são pesquisas pré-clínicas em animais ou in vitro, de bancada. Não podemos afirmar que a cannabis previne a Covid-19, com base apenas nesses estudos. Os trabalhos demonstraram possíveis mecanismos de ação de elementos químicos da planta em barrar o vírus, mas, para tirar a conclusão de que cannabis previne a Covid, existe uma distância enorme”, salienta a médica.

Um outro estudo publicado no úlitmo mês, realizado pela Universidade de Waterloo, no Canadá, analisou o efeito do CBD (canabidiol) nos genes ORF8 e ORF10 e na proteína M, todos do coronavírus. Utilizando células em laboratório, os cientistas observaram que o CBD impulsionou um processo imunológico chamado apoptose — uma resposta imune à infecção viral que serve para prevenir a replicação do patógeno e, consequentemente, inibir a disseminação do vírus.

A especialista lembra que, até o momento, não há ensaios clínicos que forneçam informações específicas baseadas em evidências para tomar decisões práticas criteriosas sobre o uso da terapêutica à base de canabinoides no controle da pandemia. “Então, diante disso, qualquer alegação de que a cannabis é uma cura ou solução no contexto clínico de pacientes com Covid-19 são infundadas pela literatura atual e é fundamental que todas as notícias sobre esses estudos deixem isso muito claro para o público leigo, para evitar sensacionalismos e posicionamentos irresponsáveis que se afastam de uma Medicina segura e baseada em evidências”, salienta.

A Dra. Patrícia pontua que ensaios clínicos acerca da questão já estão a caminho e elenca outras doenças as quais diversos estudos já evidenciaram a eficácia do tratamento à base de cannabis medicinal. “Essa terapêutica demonstra ser segura e útil no manejo de muitas outras patologias, como epilepsia, esclerose múltipla, dor crônica e náuseas e vômitos associados ao uso de quimioterápicos. Em muitos casos, atua como coadjuvante para que outros medicamentos alcancem melhores resultados e, não raras vezes, é a única opção farmacológica que de fato, oferece algum efeito positivo ao paciente”, ressalta. “No caso da Covid-19, como já mencionado, são estudos pré-clínicos, precisamos aguardar estudos de melhor qualidade metodológica para fazer afirmações e extrapolações prático-clínicas”, conclui.

Sobre a WeCann

A WeCann Academy é a única instituição da América Latina que realiza cursos exclusivamente voltados para médicos, conectando especialistas de várias partes do mundo em uma comunidade global de estudos em Medicina Endocanabinoide, interligando conhecimento científico e experiência prática. Por meio de aulas ao vivo, sessões de atualização dos mais recentes artigos publicados, mentorias para discussão de casos clínicos, workbook digital com rico detalhamento técnico e a participação em uma comunidade exclusiva de interação entre alunos e experts, o aluno tem todo o suporte necessário para exercer esta terapêutica na prática.

Mais informações no site https://wecann.academy/br/.
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VACINA: Processos rigorosos na embalagem e medição na chegada aos estados garantem segurança dos imunizantes

Grupo Polar, fabricante das embalagens, explica ações feitas para manter a qualidade das vacinas

Atualmente, está em curso a campanha de vacinação infantil contra a Covid-19. Oficialmente, o Brasil registrou 1.544 mortes de crianças de 0 a 11 anos pelo coronavírus desde o início da pandemia. Diante do cenário, a vacinação de crianças se faz necessária e recomendada, alertam especialistas em saúde.

No Brasil, país que é referência global em imunização, todo o processo envolvendo vacinas é bastante criterioso e segue uma série de etapas para que cheguem aos estados cumprindo o propósito de proteger a população e minimizar quadros de gravidade em caso de infecção por algum vírus.

As vacinas da Pfizer que estão sendo destinadas às crianças são acondicionadas em embalagens térmicas especiais, desenvolvidas pela Polar Técnica, e devem ser transportadas em um intervalo de -90°C a -60°C, de acordo com a especificação do fabricante. A vacina é acomodada em uma caixa de poliestireno expandido (Isopor®️) de parede tripla de alta densidade, gelo seco e elemento refrigerante com tecnologia PCM (Phase Change Material), que garante a faixa negativa de forma mais homogênea e facilita a manipulação e operação, entre outros componentes que mantém a temperatura adequada.

As embalagens são produzidas de acordo com normas da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e passam por provas em câmaras climáticas e testes de campo. As simulações são realizadas com perfis de massa/volume da vacina da Pfizer e os ciclos de temperatura refletem as condições reais de transporte em território nacional.

Medição de temperatura na chegada aos estados

Na chegada aos estados brasileiros, a medição da temperatura precisa seguir alguns critérios para que ocorra de maneira adequada. “Imagens em algumas reportagens na TV mostraram, por exemplo, termômetros infravermelhos indicando a temperatura, de fato preocupante, de -50° C. Acontece que -50° C é o máximo de frio que esse tipo de aparelho consegue atingir, então, a temperatura poderia ser de menos um milhão de graus centígrados que a tela mostraria sempre 50”, explica a farmacêutica e diretora técnica do Grupo Polar, Liana Montemor. “A caixa não é só papelão e gelo. Há uma complexidade da tecnologia envolvida por trás disso. Uso de infravermelho não deve ser utilizado em operações farmacêuticas que necessitam de método e precisão adequados por conta dos erros que podem ser gerados durante a medição, de acordo com as entidades técnicas NIST (National Institute of Standards and Technology), CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) e WHO (Organização Mundial da Saúde)”, completa.

Liana ressalta que a caixa térmica deve ser aberta em ambiente com temperatura controlada, o mais próximo possível da temperatura do produto. Para a medição correta, ela pontua, ainda, a utilização de termômetros com sonda tipo termopar, com calibração válida, no caso de vacinas ultracongeladas. O procedimento envolve a abertura da caixa rapidamente, inserção do termopar entre os cartuchos da vacina, o fechamento da caixa e aguardar o tempo de estabilização térmica, de acordo com o instrumento.

“O sistema de embalagens correto, junto aos procedimentos adequados de medição de temperatura na chegada das vacinas ao destino, mantém a qualidade e garante população imunizada, ação importantíssima para o momento que estamos vivendo”, conclui a diretora técnica do Grupo Polar.

Sobre o Grupo Polar

Pioneiro no setor de cadeia fria no Brasil, o Grupo Polar é especializado no desenvolvimento de soluções específicas que garantem a integridade térmica do produto durante o transporte e armazenamento. Com 20 anos liderando o mercado de Cold Chain, é referência entre as principais companhias da indústria farmacêutica, logística e laboratorial.

O Grupo Polar tem como objetivo disseminar conhecimento no intuito de melhorar a logística e os processos em todos os elos da cadeia fria nacional e internacional.

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