Cerca de 30 milhões de brasileiros se identificam com o vegetarianismo, e empresas apostam nos produtos naturais
Soja, cogumelo e mix de castanhas fazem parte do cardápio do vegetariano.
O Brasil é um dos países que mais consomem carne no mundo, ocupando o quinto lugar no ranking mundial, de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apesar disso, a quantidade de pessoas que evitam o consumo de proteína animal vem crescendo. Segundo dados do Ibope, cerca de 30 milhões de brasileiros se identificavam como vegetarianos em 2018, alta de 75% em relação ao levantamento anterior, de 2012. Ainda que faltem estudos mais recentes, fatos como a inflação, que elevou o preço da carne no país durante a pandemia, indicam que mudanças de hábitos da população é uma realidade que vem se consolidando ainda mais nos últimos anos.
Uma das consequências dessa tendência é que o consumo de proteínas vegetais vem ganhando espaço nas mesas dos brasileiros, como a proteína de soja texturizada, o grão de bico e diversos tipos de cogumelos. Na rede Nação Verde, por exemplo, houve um aumento de 50% na compra da proteína de soja, no último semestre. “As pessoas estão aprendendo a substituir a carne vermelha, e a internet é uma das responsáveis, porque pulverizou as receitas, facilitando a vida de quem cozinha”, explica o CEO da rede Ricardo Cruz.
Além da proteína de soja, a Nação Verde também vê outros itens ganhando espaço na mesa dos brasileiros que estão se achando no vegetarianismo. A quinoa, linhaça e também o mix de castanhas são muito procurados e tiveram um aumento de 30% também no último trimestre. “Percebemos um crescimento de adeptos ao vegetarianismo em faixas etárias que antes não víamos. Antes, eram apenas entre os mais jovens, mas agora conseguimos ver pessoas acima de 50 anos mudando seus hábitos”, explica Ricardo Cruz.
Adotar uma dieta livre de proteína animal traz muitos benefícios à saúde. Ao contrário do que muitos pensam, vegetarianos não são mais fracos por não consumirem proteína animal. Com uma alimentação adequada e planejada, a proteína animal pode ser facilmente substituída pela vegetal, e os preços desses itens vêm se tornando mais acessíveis ao bolso do brasileiro.